Daniela Cardoso
Leopoldo Matos de Souza estava aguardando cinco irmãos e um sobrinho que
moravam em São Paulo. Mas por volta das 7h30, ficou sabendo, através de
um telefonema, que os irmãos morreram no
acidente ocorrido na BR-110, na manhã desta segunda-feira (27), quando
um trator se desprendeu de um caminhão e bateu de frente com o ônibus da
empresa Gontijo, no qual a família viajava. No total, foram 13
pessoas mortas. 10 no local do acidente e três em um hospital. O
sobrinho de Leopoldo, Andrews Campos, está entre os 24 feridos.
Segundo Leopoldo, os irmãos programaram a viagem há cerca de 30 dias.
Eles moravam em São Paulo há 25 anos e seguiam para a cidade de Banzaê.
“Marina Matos, Marisa Matos, Elvira Matos, Maura Matos e Amauri Matos
eram meus irmãos. A Marina estava de férias e os outros decidiram vir
junto com ela. Tinha uns oito meses que não via meus irmãos”, contou.
Motorista do caminhão está preso
O delegado plantonista da delegacia de Alagoinhas, José Guimarães,
afirmou que foi constatado, através de perícia, que o trator estava
sendo transportado desamarrado. Dessa forma, segundo ele, o motorista do
caminhão, Jobson Lucas Marques, 44 anos, que transportava o trator e
que está apreendido no posto da Polícia Rodoviária Federal, tem a
responsabilidade criminal sobre a situação.
“Ele é um profissional de transportes de cargas, então sabe que não
poderia transportar um trator imenso e extremamente pesado sobre um
caminhão sem nenhuma amarração. A perícia já constatou que o trator não
tinha amarração alguma. Estava solto”, afirmou.
O delegado informou que o motorista tem a responsabilidade direta, de
forma dolosa, pois, segundo ele, é um acontecimento previsível, embora
não desejado pelo motorista. “Ele assumiu o risco em transportar esse
trator solto. Criminalmente quem responde são as pessoas diretamente
ligadas à amarração, que não teve, e o motorista do caminhão. A empresa
dona da carreta e do trator já seria uma questão civil de indenização”,
explicou.
José Guimarães contou que ao chegar ao local do acidente, durante a
manhã, encontrou o ônibus totalmente destruído e muitos corpos na pista e
no acostamento. Ele recolheu a bagagem das vítimas e levou para a
delegacia, para que as famílias retirem posteriormente.
Vinte e quatro feridos foram levados para o hospital Dantas Bian e
quatro foram transferidos para o Hospital das Clínicas, em Alagoinhas,
que não divulgaram os nomes das vítimas. A metade dos corpos das pessoas
que morreram no acidente será trazida para o Departamento de Polícia
Técnica (DPT) de Feira de Santana.

Criança de dois anos sai ilesa

O delegado Jobson Lucas Marques, que é coordenador regional da Polícia
Civil de Alagoinhas, ouviu o motorista do caminhão, Jomiçon Lima Santos,
que alegou que faz transporte de tratores e é contrato por várias
empresas. Desta vez, ele informou que estava a serviço da empresa São
Luiz da cidade de Inhambupe na Bahia.
Jomiçon contou que o tratorista colocou o trator de esteira com 35
toneladas no caminhão e que no km 322 da BR 110, o trator deslizou da
prancha e colidiu com o ônibus. Ele alegou que a responsabilidade da
amarração não é dele e sim da empresa, mas segundo o delegado, a polícia
judiciária diz que a responsabilidade é de todos os envolvidos.
“O condutor não poderia transportar o trator sem amarração, colocando em
risco a vida das pessoas. Esse caso trata-se de um dolo eventual,
quando se tem a intenção de matar, com pena de oito a 20 anos”,
informou.
Jamiçon foi preso e autuado em flagrante e vai ficar na carceragem da 2ª Corpim, em Alagoinhas.
Criança de dois anos sai ilesa
Uma criança de dois anos de idade, que viajava junto com a mãe, Ana Paula da Silva, 24 anos, saiu ilesa do acidente. Mãe e filha dormiam no momento da colisão e se assustaram com o impacto da batida.
Segundo Ana Paula a criança ficou muito assustada, chorando, porém não
teve nenhum arranhão. Elas conseguiram sair do ônibus com a ajuda de
pessoas que passavam pelo local do acidente.
Ana Paula teve ferimentos na perna e no ombro e passa bem. Ela saiu de São Paulo com destino a Paulo Afonso.
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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