Dirigentes de blocos que participam da Micareta de Feira de Santana
fizeram uma avaliação da festa, que na visão deles, não teve a
repercussão positiva esperada por falta de planejamento da prefeitura.
Eles reclamam de falta de divulgação e organização. Segundo Erivaldo
Cruz, que é diretor presidente do bloco Auê, a data da realização da
festa esse ano foi um dos fatores que prejudicou.
“São 20 anos participando da Micareta e esse ano a festa foi considerada
fraca, não só por mim, mas por muitas pessoas. Tudo começou com a
escolha da data, que foi muito ruim, imprensada em um feriadão. Depois a
prefeitura não deu uma atenção merecida ao tamanho da festa. Deixou sem
divulgar, fez a licitação dos camarotes 30 dias antes da Micareta, a
licitação deu deserta, surgiram especulações e as pessoas foram
desacreditando. Além disso, a greve da Polícia Militar prejudicou”,
afirmou.
Everaldo foi uma das pessoas que queriam o adiamento da Micareta. Ele
acredita que isso daria mais tempo para as pessoas acreditarem na
Micareta, já que com a greve da PM, a cidade viveu um momento de
insegurança.
“Estávamos em um momento crítico, tinha morrido 50 pessoas em um dia,
cinco dias antes da festa. Além disso, não tinha as coisas montadas e
acho que deveria ter sido adiada naquele momento. A prefeitura vem
pecando na divulgação. Acho que a festa não é do prefeito, não é dos
blocos e nem dos camarotes, é do povo e precisa de mais atenção”,
destacou.
Eraldo Rocha, que é diretor do bloco Skol Folia, acredita que a festa
deve ser reformulada. Ele disse que as vendas dos blocos esse ano não
foram boas e afirmou que teve prejuízos. “Esse ano foi uma Micareta que
infelizmente não foi boa, acho que a festa precisa ser remodelada, pois
ainda é o maior evento da cidade. Esse ano tivemos prejuízos, então não
foi um ano bom. Quem não se reorganiza, fica ultrapassado e é isso que
está acontecendo com a Micareta de Feira”.
A data da Micareta também foi um dos aspectos que contribuiu para que a
festa não tivesse o sucesso esperado, segundo Eraldo Rocha. Ele acredita
que a prefeitura deve ouvir os investidores da iniciativa privada, para
discutir e até mesmo pensar em um novo modelo da festa.
“Se isso não acontecer, a tendência é a situação piorar. Já tem algum
tempo que venho dizendo que a Micareta de Feira não suporta cinco dias
de festa. Não dá para querer trazer algo que acontece em Salvador pra
cá. Não podemos esquecer que a maioria dos artistas tocam no Carnaval
vários dias. Aqui isso não acontece. Esse ano a Micareta ocorreu no meio
de um feriadão. Muitas pessoas que poderiam vir para a festa estavam
viajando. Esse ano o circuito estava vazio”, afirmou.
As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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