Acorda Cidade
Folhapress - Uma rede de pedófilos que compartilhava e produzia imagens
de pornografia infantil pela internet em 11 Estados do país foi
desmontada hoje pela Polícia Federal. A investigação, que já dura dois
anos, prendeu 18 pessoas em flagrante por posse de pornografia infantil,
em cinco Estados (São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio
Grande do Sul).
Um homem, morador da cidade de São Paulo, também foi preso
preventivamente sob suspeita de estupro de menores. Segundo a PF, ele
atraía crianças para uma casa em que tirava fotos das vítimas e cometia
os abusos. No total, cerca de 300 pessoas estão sendo investigadas, sob a
suspeita de posse e compartilhamento de pornografia infantil.
Sob três delas, também pesa a suspeita de abuso sexual de menores -além
do caso de São Paulo, há um em Minas Gerais e outro na Bahia. Os outros
homens foram presos ainda durante as investigações. Modus operandi O
grupo usava um site russo de compartilhamento de fotos, cujo nome não
foi divulgado, para enviar fotos de crianças nuas ou em cenas de abuso
sexual.
As vítimas, segundo a PF, tinham entre 6 meses e 15 anos. “É chocante.
Há casos em que a gente olha e se pergunta: 'Será que essa criança sabe
falar?'. Tem até bebê de colo”, afirma o delegado Flávio Palma Setti,
que coordenou as investigações. Entre os suspeitos, há professores, um
chefe de um grupo escoteiro, um médico, um policial militar e um oficial
da Aeronáutica.
“São pessoas aparentemente acima de qualquer suspeita”, diz Setti. Na
maioria dos casos, era o pai ou uma pessoa muito próxima da criança,
como vizinhos ou amigos da família, quem cometia os crimes. Alguns deles
trocavam suas imagens por outras de seu interesse, “encomendando” as
fotos que mais lhe apraziam. Dois brasileiros que moram nos EUA e
utilizavam o site russo também estão sendo investigados pelo FBI.
Até a manhã desta terça-feira, a polícia não tinha informações sobre
eventuais prisões naquele país. As 18 pessoas presas em flagrante até
agora podem ser soltas mediante pagamento de fiança. A PF ainda vai
investigar se esses suspeitos compartilharam as fotos pela internet, o
que configuraria um crime inafiançável, ou se cometeram abusos.
“Essa é só a primeira fase da investigação. Agora, precisamos colher
depoimentos, aguardar provas periciais, identificar outras pessoas
envolvidas nos crimes, para depois indiciarmos os suspeitos”, afirma a
agente Miriam Regina Braga.
Fonte : Acorda Cidade
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