Daniela Cardoso e Ney Silva
Dezenas de pessoas não conseguiram viajar do terminal rodoviário de
Feira de Santana para Salvador e para cidades do interior da Bahia, na
manhã desta terça-feira (3), por causa do protesto realizado por
moradores da localidade Menino Jesus, próximo à capital do estado, que
causou a interdição da BR-324 das 20h de ontem às 12h30 de hoje.

Quem procurou os guichês da Santana recebeu a informação de que estavam
suspensas as vendas de passagens, e que quem comprou antecipadamente não
poderia seguir para Salvador, porque não havia ônibus nas plataformas
de embarque e desembarque.

O técnico em contabilidade Robson Luis Alves do Nascimento aguardava por
volta das 14h um ônibus para viajar com destino à cidade de Juazeiro da
Bahia. Segundo ele, o ônibus deveria sair da rodoviária de Feira às
8h30 e que no início da tarde já deveria está chegando a Juazeiro.
Por volta das 14h15, o ônibus da empresa Santana, número de ordem 2280,
que foi o segundo a deixar a rodoviária de Salvador às 5h10, chegou à
plataforma de desembarque da rodoviária. O motorista Divaldo Oliveira
mostrou-se bem humorado, mas reclamou que não tinha feito nenhuma
refeição. Ele explicou que ficou com o carro retido na manifestação
desde as 5h30 até as 12h30, quando acabou o protesto. “Foi um grande
sofrimento. As pessoas com fome desistiam da viajem e muita gente deixou
o veículo e retornou à capital. É difícil demais a gente sobreviver a
essa situação”, afirmou.
Quem também estava insatisfeita com a demora para viajar foi a dona de
casa Thaise Navarros. Ela disse que estava surpresa e ansiosa devido à
demora do ônibus da Itapemirim, que seguia para o Rio de Janeiro. “Eu
tenho que sair ainda daqui. Se não perder a passagem”.
Ao analisar as conseqüências do protesto na BR-324, o deputado federal
Colbert Martins da Silva disse que as pessoas têm direito de fazer
protesto, mas não podem impedir o direito de ir e vir das pessoas. “Essa
é a única estrada que liga Salvador ao resto do país. As pessoas que se
deslocam conduzindo veículos com pessoas doentes, com ações e
interesses particulares ficam prejudicadas”, disse o deputado.
Ele informou que comunicou o fato ao Ministro da Justiça, José Eduardo
Cardoso, pedindo a interferência da Polícia Federal para poder resolver a
situação. Colbert disse ainda que foi informado de que até assaltos
foram registrados no período do protesto.
Fonte : Acorda Cidade
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