Acorda Cidade
A edição do Fantástico que foi ao ar no último domingo (4) divulgou uma
pesquisa apontando que o número real de assassinatos no Brasil é bem
maior que o número oficial. Segundo a pesquisa, cerca 8,6 mil homicídios
cometidos todos os anos no país, não entram nas estatísticas.
Em Feira de Santana, a imprensa divulga o número extraoficial de
homicídios registrados na cidade por mês, semestre e ano. Os dados são
colhidos por repórteres policiais através de informações no local do
crime ou registros no Departamento de Polícia Técnica (DPT).
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A pesquisa chama de desconhecida a causa da morte em que não aparece a
informação de que o caso se trata de homicídio, mas apenas disparo de
arma de fogo. Vale ressaltar que os latrocínios (roubo seguido de
morte) e autos de resistência (morte em ação policial), não entram na
estatística policial como homicídio.
O Fantástico descobriu uma morte em Feira de Santana, que na época não foi identificada como homicídio, apenas como morte provocada por disparo de arma de fogo e que entraria como exemplo. Itamara, de 19 anos, era a única filha de Dona Ilda. Em 2009, se envolveu num triângulo amoroso com um motorista de caminhão e outra mulher.
O Fantástico descobriu uma morte em Feira de Santana, que na época não foi identificada como homicídio, apenas como morte provocada por disparo de arma de fogo e que entraria como exemplo. Itamara, de 19 anos, era a única filha de Dona Ilda. Em 2009, se envolveu num triângulo amoroso com um motorista de caminhão e outra mulher.
Era fim de tarde e Itamara brincava com o filho de 2 anos na porta da
igreja. Uma mulher que se dizia namorada do caminhoneiro chegou,
conversou com ela, puxou uma pistola da bolsa e atirou duas vezes na
cabeça de itamara. “Aí eu pulei em cima dela, sacudi, sacudi, gritava.
Mas não teve jeito”, conta Dona Ilda.
A polícia concluiu o inquérito que investigou a morte da empregada
doméstica. A acusada, Joseane Santana, confessou o crime. O Ministério
Público pediu a prisão preventiva de Joseane Santana em junho de 2009.
Seis meses depois do assassinato. O processo está na Vara do Júri, no
Fórum de Feira de Santana. Quatro anos se passaram e a Justiça ainda não
se manifestou. “Eu tenho esperança que ela vai pagar tudo o que ela
fez”, diz a mãe de Itamara.
De acordo com a pesquisa do IPEA, sete estados lideram o chamado ranking
de homicídios escondidos. O levantamento é resultado da média de
assassinatos ocultos entre 2007 e 2010 para cada 100 mil habitantes.
No Rio de Janeiro, a taxa é 16,2. Na Bahia, 10,9. 7,7 no Rio Grande do
Norte. 5 em Pernambuco. 4,2 em Roraima. 4,1 em Minas Gerais. E 4,1
também em São Paulo.
Segundo informações do programa, de 1996 a 2010, quase 130 mil
homicídios no Brasil não entraram nas estatísticas de mortes violentas.
Isso é quase a população de Copacabana, um dos maiores bairros do Rio de
Janeiro. É como se as pessoas que moram lá, num espaço de 15 anos,
desaparecessem pra sempre sem que ninguém se desse conta. Quem fez essa
descoberta foi o pesquisador Daniel Cerqueira, do IPEA, Instituto de
Pesquisas Aplicadas, do governo federal.
Chamaram a atenção dele os índices de mortes por causas indeterminadas
que aparecem no Datasus, a estatística criada pelo Ministério da Saúde.
Para o pesquisador Daniel Cerqueira, o problema é provocado pela falta
de comunicação entre a polícia e as secretarias de saúde que alimentam o
banco de dados do governo federal.
“Os bancos de dados da polícia estarem conectados com o banco de dados
do IML, conectado com o banco de dados da Secretaria de Saúde. Eu acho
que a gente conseguiria dar mais agilidade a esse processo”, afirma
Daniel Cerqueira.
Em nota, o Ministério da Saúde apenas informou que está investindo na
melhora do sistema de notificação, coleta e análise de dados. E informou
ainda que de 2000 a 2011 o número de mortes por causas indeterminadas
caiu de 10 para 7%.
Acorda Cidade, com informações do site de Fantástico/G1.
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