Um
projeto de lei do deputado pernambucano José Augusto Maia (PTB-PE),
que teve votação adiada para o próximo dia 4, pode
devolver às Assembleias Legislativas o poder de criar municípios.
Se a matéria tiver o apoio da maioria na Câmara Federal,
o deputado estadual João Bonfim (PDT) poderá tentar a
aprovação do Projeto de Lei Complementar 100/2011, referente
a critérios para a formação de novas cidades no
território baiano.
No
total, 136 distritos da Bahia apontam desejo de emancipação,
porém apenas 59 estão na relação da Constituição
do Estado. De acordo com artigo 54 da Constituição de
1988, o estado tem autonomia para criação, incorporação,
desmembramento e fusão de municípios, estabelecendo os
critérios e requisitos mínimos relativos. Em 2011, o deputado
João Bonfim criou o projeto de lei complementar (100/2011) que
estabeleceu critérios rígidos para a emancipação.
“Antigamente
precisava-se apenas de um quadrado estabelecido, mas com o meu projeto
será preciso que o distrito tenha no mínimo sete mil habitantes,
com pelo menos 50% de eleitores. Caso os números não sejam
alcançadas não poderá ocorrer o desmembramento.
Além disso, caso o município sede fique com menos de sete
mil habitantes o distrito também não receberá autorização.
Diante
destes e outros critérios, sei que poucos passarão das
filtragens”, disse João Bonfim, que já apresentou
a proposta na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
Apesar
de ainda não ter sido aprovado, críticas contra o projeto
já surgiram. Um dos pontos mais defendidos é que com a
nova medida, a Bahia teria um impacto financeiro diante do custeio de
mais 50 prefeituras e 50 câmaras municipais com no mínimo
nove vereadores cada. Segundo o deputado baiano, que também é
presidente da Comissão de Assuntos Territoriais da Assembleia,
o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) é
único, o que não permitiria o suposto impacto.
“As
pessoas tem que entender que o bolo é um só. Se alguns
distritos se emanciparem a distribuição do FPM seria a
mesma. Havendo gasto com novos prefeitos e vereadores, haverá
também benefícios para o novo município com instalação
de hospitais e escolas, além de melhor distribuição
da Receita e recursos próprios”, garantiu.
Diante
da falta de critérios para emancipação, mais de
20 distritos foram emancipados com menos de três mil habitantes.
Entre
eles estão: Barra da Rocha, Barro Preto, Dom Macedo Costa e Gavião.
“Não teremos grande quantidade de novos municípios.
Acho que nem passaríamos de 10. Dos distritos que pediram emancipação
no Ceará, apenas 10% conseguiram”, comparou João
Bonfim, ressaltando a importância da emancipação.
“Muitos distritos que realmente precisam de verbas, não
recebem estes repasses e a população fica no prejuízo”,
disse.
Fonte:
Tribuna
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