O primeiro jogo da decisão será disputado na mística La Bombonera
São Paulo, SP, 27 (AFI) - O Corinthians está a dois passos do paraíso. O
maior sonho da Fiel nunca esteve tão perto de ser realizado. Faltam
"apenas" 180 minutos e o penúltimo degrau para o clube alvinegro poder
alcançar o topo da América será vencido nesta quarta-feira, a partir das
21h50 (de Brasília), no mítico estádio de La Bombonera, em Buenos
Aires, diante do perigosíssimo Boca Juniors.
Com um time
sem craques, formado apenas por operários, o Corinthians, enfim, chegou
à final da Copa Libertadores depois de 52 anos de história da
competição. E é justamente essa face "cascuda" e "raçuda" da equipe que
faz o seu torcedor acreditar que "deste ano não passa".
Na maioria das nove vezes que o Corinthians caiu na Libertadores antes
de atingir o Olimpo, a equipe contava com vários jogadores acima da
média (para ficar nos exemplos mais recentes, foi assim em 1999, 2000 e
2006), mas falhava na hora H, talvez por se arriscar demais e não saber
dosar o tempo de jogo.
Sem ousadia
Com esse time de Tite, não há ousadia. A equipe vai ao ataque na base do conta-gotas. Parece saber exatamente o que quer do jogo e não se deixa levar pelo adversário. Se não marca muitos gols, pelo menos não toma também - foi vazado apenas três vezes em 12 jogos, melhor marca da história da Libertadores. Assim, o Corinthians foi derrubando seus adversários e se fortalecendo ao longo da competição - não custa lembrar que a trajetória da equipe começou com um suado empate por 1 a 1 contra o fraco Deportivo Táchira, na Venezuela, garantido apenas nos minutos finais com um gol de cabeça do volante Ralf.
A maior prova de que dá para confiar nesse time foi dada à Fiel nas semifinais contra o Santos. Sem jogar um futebol vistoso, de encher os olhos, a equipe soube anular as principais peças do atual campeão da Libertadores (leia-se Neymar e Paulo Henrique Ganso) e aproveitar os espaços oferecidos. Simples assim, chegou à decisão com todo merecimento.
Contra o Boca Juniors, a tática não será alterada. Sem se expor, a meta é voltar para casa com pelo menos um empate. Na pior das hipóteses, derrota por apenas um gol de diferença - na final, gols marcados fora de casa não contam mais como critério de desempate. Em uma decisão de 180 minutos, Tite sabe muito bem que é importantíssimo chegar no dia 4 de julho, no Pacaembu, em boas condições. Além de fazer bem para o moral do grupo, isso inflará ainda mais a fanática torcida corintiana.
Torcida empolgada
Tanta confiança é retratada com o comportamento de quem acompanha ou torce pelo time do Parque São Jorge.
No embarque, em São Paulo, na última segunda, clima festivo. No desembarque, a mesma coisa. A torcida, antes receosa, agora arrisca até sua pele para ver o time de perto, na torcida adversária.
Entre os dirigentes, difícil não ver um mostrando a alegria em um farto sorriso e ar de satisfação. Como nunca se viu, o Corinthians está mais do que pronto para deixar de ser o alvo das piadas dos adversários.
Basta provar que a crença de sua torcida é maior do que qualquer mandinga vinda de todos os lados. Manter a invencibilidade de 12 jogos na competição deste ano é dar um passo gigantesco à glória.
Velho conhecido da Fiel é a arma do Boca
O fato de Santiago "El Tanque" Silva já ter defendido o Corinthians não significa que o torcedor alvinegro conheça bem o atacante do Boca Juniors. E a razão é simples: sua passagem pelo Parque São Jorge, em 2002, foi pífia. Em seis meses, o uruguaio disputou apenas cinco partidas e não marcou nenhum gol. Deixou o clube alvinegro rumo ao Nacional, do Uruguai, sem deixar saudades.
Nestes dez anos que separam a saída do atacante do Corinthians e o seu reencontro com o clube na decisão da Copa Libertadores, muita coisa aconteceu na vida de Santiago Silva. Depois de fracassar no Nacional, ele ainda jogou no River Plate, do Uruguai, antes de tentar a sorte na Europa. Passou pelo pequeno Energie Cottbus, da Alemanha, e depois pelo Beira-Mar, de Portugal. Voltou para casa, perambulou por clubes uruguaios e argentinos e só foi se encontrar no Banfield, em 2009. Sob o comando de Julio César Falcioni (não por acaso o seu técnico agora no Boca Juniors), ele foi um dos principais responsáveis pelo título inédito do Banfield no Torneio Apertura - marcou 14 gols e foi artilheiro da competição.
Em alta, foi mais uma vez artilheiro do Apertura no seguinte, desta vez pelo Vélez Sarsfield. Em 2011, o título argentino lhe rendeu uma transferência para a Fiorentina por US$ 2,5 milhões (pouco mais de R$ 5 milhões). Na Itália, porém, praticamente não jogou.
Vendo o homem que lhe ajudou - e muito - a ganhar o título argentino de 2009 encostado na Europa, Falcioni pediu a sua contratação para a diretoria do Boca Juniors. O time precisava de mais peso no ataque e o treinador via no atacante, já com 31 anos, essa referência. Forte, Santiago Silva prende bem a bola, sabe fazer o pivô para os homens de trás e se poderia se encaixa no time.
A negociação foi longa e precisou de uma autorização especial da Fifa, já que a entidade não permite que um atleta defenda mais de dois clubes em uma mesma temporada. No dia 14 de fevereiro, contra o Zamora, da Venezuela, ele enfim fez a sua estreia pelo Boca Juniors na Libertadores. Duas semanas depois, foi inscrito no Campeonato Argentino devido à lesão de Nicolás Colazo - a autorização causou protesto do Vélez Sarsfield.
Santiago Silva, porém, não fez tanta diferença no Campeonato Argentino, tanto é que só foi balançar as redes na oitava rodada Suas atuações de maior destaque foram na Libertadores, sobretudo no mata-mata, quando fez gols em todas as fases. Nas oitavas de final, deixou sua marca contra o Union Española, do Chile. Nas quartas, eliminou o Fluminense e nas semifinais abriu caminho para a vitória por 2 a 0 sobre a Universidad do Chile.
Sem ousadia
Com esse time de Tite, não há ousadia. A equipe vai ao ataque na base do conta-gotas. Parece saber exatamente o que quer do jogo e não se deixa levar pelo adversário. Se não marca muitos gols, pelo menos não toma também - foi vazado apenas três vezes em 12 jogos, melhor marca da história da Libertadores. Assim, o Corinthians foi derrubando seus adversários e se fortalecendo ao longo da competição - não custa lembrar que a trajetória da equipe começou com um suado empate por 1 a 1 contra o fraco Deportivo Táchira, na Venezuela, garantido apenas nos minutos finais com um gol de cabeça do volante Ralf.
A maior prova de que dá para confiar nesse time foi dada à Fiel nas semifinais contra o Santos. Sem jogar um futebol vistoso, de encher os olhos, a equipe soube anular as principais peças do atual campeão da Libertadores (leia-se Neymar e Paulo Henrique Ganso) e aproveitar os espaços oferecidos. Simples assim, chegou à decisão com todo merecimento.
Contra o Boca Juniors, a tática não será alterada. Sem se expor, a meta é voltar para casa com pelo menos um empate. Na pior das hipóteses, derrota por apenas um gol de diferença - na final, gols marcados fora de casa não contam mais como critério de desempate. Em uma decisão de 180 minutos, Tite sabe muito bem que é importantíssimo chegar no dia 4 de julho, no Pacaembu, em boas condições. Além de fazer bem para o moral do grupo, isso inflará ainda mais a fanática torcida corintiana.
Torcida empolgada
Tanta confiança é retratada com o comportamento de quem acompanha ou torce pelo time do Parque São Jorge.
No embarque, em São Paulo, na última segunda, clima festivo. No desembarque, a mesma coisa. A torcida, antes receosa, agora arrisca até sua pele para ver o time de perto, na torcida adversária.
Entre os dirigentes, difícil não ver um mostrando a alegria em um farto sorriso e ar de satisfação. Como nunca se viu, o Corinthians está mais do que pronto para deixar de ser o alvo das piadas dos adversários.
Basta provar que a crença de sua torcida é maior do que qualquer mandinga vinda de todos os lados. Manter a invencibilidade de 12 jogos na competição deste ano é dar um passo gigantesco à glória.
Velho conhecido da Fiel é a arma do Boca
O fato de Santiago "El Tanque" Silva já ter defendido o Corinthians não significa que o torcedor alvinegro conheça bem o atacante do Boca Juniors. E a razão é simples: sua passagem pelo Parque São Jorge, em 2002, foi pífia. Em seis meses, o uruguaio disputou apenas cinco partidas e não marcou nenhum gol. Deixou o clube alvinegro rumo ao Nacional, do Uruguai, sem deixar saudades.
Nestes dez anos que separam a saída do atacante do Corinthians e o seu reencontro com o clube na decisão da Copa Libertadores, muita coisa aconteceu na vida de Santiago Silva. Depois de fracassar no Nacional, ele ainda jogou no River Plate, do Uruguai, antes de tentar a sorte na Europa. Passou pelo pequeno Energie Cottbus, da Alemanha, e depois pelo Beira-Mar, de Portugal. Voltou para casa, perambulou por clubes uruguaios e argentinos e só foi se encontrar no Banfield, em 2009. Sob o comando de Julio César Falcioni (não por acaso o seu técnico agora no Boca Juniors), ele foi um dos principais responsáveis pelo título inédito do Banfield no Torneio Apertura - marcou 14 gols e foi artilheiro da competição.
Em alta, foi mais uma vez artilheiro do Apertura no seguinte, desta vez pelo Vélez Sarsfield. Em 2011, o título argentino lhe rendeu uma transferência para a Fiorentina por US$ 2,5 milhões (pouco mais de R$ 5 milhões). Na Itália, porém, praticamente não jogou.
Vendo o homem que lhe ajudou - e muito - a ganhar o título argentino de 2009 encostado na Europa, Falcioni pediu a sua contratação para a diretoria do Boca Juniors. O time precisava de mais peso no ataque e o treinador via no atacante, já com 31 anos, essa referência. Forte, Santiago Silva prende bem a bola, sabe fazer o pivô para os homens de trás e se poderia se encaixa no time.
A negociação foi longa e precisou de uma autorização especial da Fifa, já que a entidade não permite que um atleta defenda mais de dois clubes em uma mesma temporada. No dia 14 de fevereiro, contra o Zamora, da Venezuela, ele enfim fez a sua estreia pelo Boca Juniors na Libertadores. Duas semanas depois, foi inscrito no Campeonato Argentino devido à lesão de Nicolás Colazo - a autorização causou protesto do Vélez Sarsfield.
Santiago Silva, porém, não fez tanta diferença no Campeonato Argentino, tanto é que só foi balançar as redes na oitava rodada Suas atuações de maior destaque foram na Libertadores, sobretudo no mata-mata, quando fez gols em todas as fases. Nas oitavas de final, deixou sua marca contra o Union Española, do Chile. Nas quartas, eliminou o Fluminense e nas semifinais abriu caminho para a vitória por 2 a 0 sobre a Universidad do Chile.
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