Seca na Bahia: 'Medidas do governo amenizam, mas só chuva pode resolver', admite secretário

Foto: Fernando Duarte / Tudo FM
O
chefe estadual da Casa Civil, Rui Costa (PT), classificou como “muito
dramática” a situação da seca na Bahia, onde 200 municípios decretaram
estado de emergência e 84 cidades encontram-se em situação de
pré-colapso de abastecimento. Diante do panorama crítico, Costa pediu à
população para redobrar os cuidados no uso da água, tema de uma campanha
que será lançada pelo governo baiano nos próximos dias. “Nunca é demais
pedir a todos, seja em Salvador ou em qualquer região do estado, que
use mais do que nunca a água de forma racional. Precisamos poupar porque
estamos enfrentando uma estiagem muito prolongada”, apelou nesta
segunda-feira (16), em entrevista ao programa Bahia Notícias no Ar, da
Rede Tudo FM 102.5. O problema, que atinge principalmente a região da
Chapada e do semiárido baiano, também pode chegar à capital, abastecida
pelo Rio Paraguaçu e pela barragem da Pedra do Cavalo, onde a geração de
energia pode ser suspensa para evitar o risco de desabastecimento na
Região Metropolitana de Salvador (RMS). Durante o bate-papo com o
jornalista Samuel Celestino, o secretário elencou algumas medidas
tomadas pelo governo para evitar o agravamento da situação, entre elas a
contratação de carros-pipa, a distribuição de alimentos e 130 mil
cestas básicas, a inauguração de poços artesianos para fornecimento de
água para animais, a instalação de cisternas de plástico, além da
realização de obras de infraestrutura hídrica, através da assinatura de
convênio com o governo federal para instalação de 230 sistemas
simplificados. Já nas regiões de Irecê e Guanambi serão necessárias
“obras mais pesadas, estruturantes”, segundo Costa, para que os
municípios passem a contar com a água do Rio São Francisco. Em Irecê,
por exemplo, a barragem conta com apenas 8% do reservatório e foi
preciso cortar a água para irrigação. O mesmo ocorre em Vitória da
Conquista, onde a retirada de água dos mananciais para agricultura e
irrigação foi interrompida “devido ao nível muito baixo dos
reservatórios”. Apesar dos esforços, o chefe da Casa Civil admite que as
medidas de combate à seca e as articulações do governador Jaques Wagner
para conseguir novos recursos do governo federal não solucionam o
problema. “As medidas do governo fazem apenas amenizar, mas só uma chuva
mais forte pode, de fato, resolver o problema a curto prazo”, concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário