quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Feira - MP e prefeitura realizam levantamento para delimitar áreas de preservação ambiental

Paulo José/Acorda CidadeLaiane Cruz

Na manhã desta quinta-feira (13), o Ministério Público Estadual, juntamente com representantes do poder público municipal, realizou uma força-tarefa nas áreas pertencentes às Lagoas Salgada e Subaé. O objetivo é verificar a quantidade de ocupações irregulares e conter as edificações nas áreas de preservação permanente em torno destes locais.
 
Foram convidadas a participar da ação as secretarias de Meio Ambiente, Habitação, Desenvolvimento Urbano e Desenvolvimento Social. Durante a visita, foram constatadas diversas construções irregulares, ou seja, que não têm a licença do poder público municipal para estar ali.

 
“Nós necessitamos aqui de uma força-tarefa porque estamos lidando com várias situações nessas ocupações; Meio Ambiente, porque isso aqui é uma área de preservação permanente; Habitação, para relocar essas pessoas; Desenvolvimento Social, pois é um problema de renda, o secretário Ildes (Ferreira) tem que fazer um levantamento se essas pessoas têm renda, se recebem algum benefício, se podem ser relocadas para outro lugar; e o Ministério Público que é quem vai legitimar essas ações, não apenas as administrativas, mas também as ações judiciais, pois não é fácil  retirar uma casa dessa”, explicou o secretário.
 
Levantamento
 
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Urbano, José Pinheiro, a secretaria vai fazer um levantamento para verificar a quantidade de ocupações irregulares no local, a fim de notificar e pedir a reintegração de posse aos proprietários.
 
 
“Essa lagoa está sendo invadida, e a secretaria de Desenvolvimento Urbano dá esse apoio (na força-tarefa) porque além de ser um crime ambiental, são construções irregulares, não têm licença do município. Toda essa estrutura governamental é para ver se consegue preservar esse espelho d’água”, afirmou o secretário. 
 
Medidas
 
O promotor Luciano Ghignone afirmou que a presença do Ministério Público visa garantir o respeito à legislação ambiental. “Essas lagoas são fundamentais à qualidade de vida do município, portanto a todos os cidadãos feirenses atuais e futuros, e garantir que a preservação da legislação seja feita com respeito ao direito à moradia, às necessidades da população mais carente”, salientou.
 
Sobre a denúncia de que pessoas estariam comercializando lotes na Lagoa do Subaé, Luciano Ghignone informou ainda que, existindo a ocupação, serão aplicadas medidas conforme a lei federal 6.766. “Existem medidas de natureza cível, que são aquelas que vão levar ao impedimento da continuidade da comercialização daqueles lotes e também existem penas de natureza criminal, bastante elevadas, para aqueles que fazem da venda de loteamentos e de lotes irregulares uma atividade lucrativa, em torno da Lagoa do Subaé , que é por onde nós estamos iniciando o nosso trabalho, e também de outras lagoas do município”, declarou o promotor. 
 
O promotor acrescentou ainda que o órgão vai marcar uma reunião com os representantes da Embasa e da Coelba, e com representantes do poder público municipal, para solicitar destas empresas que não ampliem a instalação de rede de água e de luz em locais onde há ocupações irregulares. 
 
“Nós precisamos que tanto a Embasa quanto a Coelba, sejam parceiras nesse trabalho, não permitindo a instalação de água ou de luz nessas localidades que contam com ocupações irregulares. Nós sabemos que qualquer atividade que contribua para que essas edificações se solidifiquem é co-autora da agressão ambiental. E certamente essas concessionárias, que sempre procuraram a gente com muita responsabilidade, não têm o interesse de participar de agressões ao meio ambiente”, finalizou o promotor de Justiça.

As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.

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