Ney Silva e Andrea Trindade
Aderindo à mobilização nacional contra o valor das passagens e por
questões sociais, como saúde, educação e segurança pública, cerca de dez
mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, foram às ruas de
Feira de Santana na tarde desta quinta-feira (20).

Os manifestantes se concentraram inicialmente na Praça do Instituto de
Educação Gastão Guimarães, depois seguiram pela rua Aristides Novis e
avenida Getúlio Vargas em direção à prefeitura. Não houve enfrentamento
entre manifestantes e polícia, e a caminhada seguiu em clima de
tranquilidade.
Durante a caminhada, portando faixas e principalmente cartazes, eles
gritavam palavras de ordem pedindo a redução da tarifa de ônibus e
entoaram o Hino Nacional Brasileiro.
O prédio da prefeitura foi totalmente isolado por policiais militares, que formaram uma barreira humana no entorno do Paço Municipal.
“Nossa manifestação tem um clamor de protesto contra o aumento da
passagem, por melhoria da qualidade do transporte coletivo urbano e
quanto mais pessoas se somarem a esta luta tenho certeza que haverá
redução da passagem e nossa pauta será cumprida”. A afirmação foi feita
por Iracema Santos, uma das coordenadoras do Diretório Central dos
Estudantes da Uefs (DCE).
Ela lembrou que a luta é também por melhorias do país como na educação,
saúde e segurança pública, mas em Feira de Santana a causa principal do
protesto são os problemas relacionados ao transporte público,
especialmente o preço da passagem.
O estudante de Engenharia Civil Fábio Tuxá, que é indígena e estava ao lado da irmã e mais dois índios, disse que a manifestação é muito justa e que o povo brasileiro demorou muito para acordar, além disso, vinha fazendo manifestações isoladas. “Nunca conseguiram se unir e agora com esse acordar da consciência do brasileiro pode unir o povo e realmente acabar com as mazelas do país”, declarou.
O médico Cesar Oliveira, que também participou da manifestação,
destacou que essa mobilização é importante porque não tem envolvimento
dos movimentos tradicionais políticos. “Desse ponto de vista, o
movimento traz algo novo, representando um anseio diferente da
sociedade”, afirmou.
Para o presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB/Feira), Pedro Mascarenhas, este é o movimento da população que
estava adormecida e agora está pleiteando seus direitos. Segundo ele,
toda vez que o Brasil melhorou foi com um gesto popular. “O povo já não
suporta mais tamanha incredulidade nos políticos”, ressaltou.
Representantes de entidades como OAB, DCE,STR (Sindicato dos
Trabalhadores Rurais), Ames (Associação Municipal dos Estudantes
Secundaristas), grupos Ousar e Levante e demais pessoas da sociedade
estiveram presentes no protesto.
Fonte : Acorda Cidade
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