Foto: Cenabahiana.com
Enquanto
o imaginário em torno do universo criado para a história de Gabriela em
Ilhéus reacende com a nova adaptação para a TV, um descendente daquela
que já foi considerada a “verdadeira Gabriela” faz críticas ao romance
de Jorge Amado e à associação. Hélio Lima Júnior, neto da falecida
Lurdes Maron, contou sobre como a interpretação criada por um jornalista
amigo do escritor foi danosa à sua família, que passou a hostilizar
Amado. “É importante registrar que toda essa comparação começou a ser
feita logo após o lançamento do livro, quando um jornalista ilheense e
radicado em São Paulo, muito amigo de Jorge Amado, publicou na revista
de maior circulação da época, 'O Cruzeiro', uma matéria em que
relacionava os protagonistas do livro com meus avós. A partir daí,
surgiu todo esse incômodo, toda essa lenda criada e recontada ano após
ano. Meu avô dizia que foi um golpe de publicidade bolado por Jorge
Amado e pelo jornalista amigo dele”, disse. Hélio, que afirma preferir
outros escritores conterrâneos, contou que o autor do best-seller não
retornou à sua terra antes do falecimento de "Dona Lurdes". Ele relatou
que sua vó passou a sofrer problemas cardíacos após a publicação. “Jorge
Amado retornou a Ilhéus dois anos após a morte de minha avó, chegou e
saiu sem deixar rastros, sem festas ou aplausos. As pessoas ainda se
ressentiam com toda aquela história. Hoje não. Com a cidade sem cacau e
praticamente sem opção do que explorar, essa associação virou um
verdadeiro carnaval”, criticou. As informações são do sítio
Cenabahiana.
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