Diante das inúmeras
reclamações e denúncias feitas por quem usa a BR-324,
a reportagem da Tribuna percorreu o roteiro Salvador/Feira para avaliar
o estado da rodovia que é administrada pela concessionária
Via Bahia.
Ainda
há muito a ser feito para agradar a população,
mas pelo observado e pelo que alguns usuários relataram, a estrada
está oferecendo melhores condições de circulação,
apesar de algumas deficiências na prestação de serviços,
como a ausência de médicos, que, denunciada pela Tribuna,
deixou preocupado alguns motoristas. Para muitos, o grande teste das
melhorias realizadas serão as chuvas que estão por vir.
Ao
longo dos 227 quilômetros do percurso de ida e volta, se percebe
que toda vegetação, tanto no canteiro interno, como nos
acostamentos, está aparada e as pistas estão mais limpas.
A visibilidade entre os dois sentidos é total e a sinalização
comunica bem com os motoristas. Há, no entanto, visíveis
deficiências, uma delas é a irregularidade do asfalto.
O trabalho de tapa-buracos foi feito em toda extensão da estrada,
mas as marcas do serviço fazem os carros balançarem sobre
seus eixos, efeito que se torna perigoso para motoqueiros.
Ivoney Almeida, morador de Cachoeira, usa a estrada com frequência
e apesar de admitir alguma melhora, ainda reclama muito das irregularidades
das pistas. “É muito desnível, quem está
no carro não deve sentir muito, mas para nós, motoqueiros,
exige um cuidado redobrado, principalmente quando estamos levando carona,
quando a moto fica mais pesada”, ressalta, acrescentando que a
rodovia ainda não vale o que cobra de pedágio.
Para a vendedora de frutas, Valdiria Florentina, que tem uma barraca
à beira da estrada, a melhoria é quase uma “tapeação”.
“Eles taparam os buracos e limpam o mato todos os dias, mas quando
chove, os buracos voltam”, conta, lembrando que o asfalto perto
de sua barraca foi destruído pelas chuvas do ano passado.
Percebe-se também a ausência de proteções
metálicas em trechos onde o canteiro interno da rodovia apresenta
depressões profundas, característica que parece ter forçado
a colocação da proteção em outros trechos.
Um exemplo pode ser encontrado entre o km 559 e 565, no sentido Feira/Salvador.
Outra pendência da Via Bahia são os acostamentos em alguns
trechos. Apesar do serviço de recapeamento dessas áreas
de escape das pistas está sendo feito em vários pontos
concomitantemente, existem trechos onde a necessidade de obras é
urgente. Um deles, que chama a atenção, está dentro
dos limites de Amélia Rodrigues.
Ali
se pode encontrar até mesmo a ausência completa de asfalto
no acostamento, oferecendo perigo aos motoristas.
O caminhoneiro Fernando Maul é outro usuário da rodovia
que acredita estar trafegando em pistas muito melhores que há
algum tempo. “Circulo por aqui desde 2008 e não posso negar
que este é o melhor momento.
Eram
muitos buracos e o mato estava por toda parte. Eu gasto 30 minutos a
menos para fazer o mesmo percurso de antes, e isso é muito bom.
Para ficar melhor, só falta trocar o asfalto para o caminhão
não chacoalhar tanto”, conta, admitindo que sua satisfação
se deve ao fato de circular em horário em que são raros
os engarrafamentos.
Engarrafamentos – A reportagem passou pela área próxima
ao bairro de Valéria às 9h15, onde, no outro sentido da
rodovia (Feira/Salvador), começava um grande engarrafamento devido
a um serviço de recapeamento do acostamento. Ao retornar, quase
três horas depois, a reportagem passou pelo mesmo engarrafamento.
Foram
mais de dois quilômetros a uma velocidade que variava entre 20
km/h e 40km/h. Tanto na ida quanto na volta, foram encontrados alguns
pontos onde serviços parecidos eram feitos, no entanto, apenas
neste ponto foi registrado o engarrafamento.
Falta de médico na via
Muitos usuários da rodovia estavam informados da ausência
de médicos na BR-324, denunciada pela Tribuna, e se mostraram
preocupados com a situação. Foi o caso do engenheiro José
Manuel. “Fiquei sabendo pelo jornal e me causou muita preocupação,
afinal de contas, trafego por aqui muitas vezes por semana com minha
família. Além disso, pagamos por um serviço que
não está sendo oferecido”, salientou.
Para o fisioterapeuta Ismael Rodrigues, o fato demonstra o quanto o
brasileiro é fácil de ser enganado. “Se fosse outro
país, onde o povo tem uma noção exata de seus direitos,
não seria feito desta maneira. Eles (Via Bahia) teriam a obrigação
de cumprir com o que estipula o contrato”, explicou, acrescentando
que ficou chocado ao saber da denuncia.
Sobre o acidente que aconteceu na manhã da última terça-feira
(13) na BR 324, envolvendo dois motociclistas, a Via Bahia enviou um
comunicado oficial: “A ViaBahia Concessionária de Rodovias
S/A, afirma que a ambulância de resgate da concessionária
prestou os primeiros socorros às vítimas de um acidente
ocorrido ontem (13/03), na altura do quilômetro 622,700 m da BR-324,
chegando ao local antes da Unidade de Suporte Básico (veículo
sem médico) do Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (SAMU), conforme constam as informações
do Relatório de Acidente. Uma das vítimas foi encaminhada
para o hospital Jaar Andrade pela unidade de resgate da Via Bahia e
a segunda vítima foi levada pelo SAMU.

Acidente do dia 14/03/12, Via Bahia acionada para prestar
socorro
A concessionária reafirma que está cumprindo rigorosamente
o contrato de concessão assinado com a Agência Nacional
de Transportes Terrestres (ANTT) e informa que possui médicos
em seu quadro de atendimento para urgências e emergências
nas rodovias.
O contrato de concessão assinado entre a Via Bahia e a Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) orienta que em cada uma das
quinze (15) Bases de Serviço ao Usuário deve haver uma
ambulância, sendo que uma (01) dessas unidades deve ser Unidade
de Suporte Avançado (USA).
Na
USA, há uma equipe composta por um médico, um enfermeiro/técnico
de enfermagem e um motorista socorrista. A ViaBahia disponibilizou duas
USA por entender que esses recursos só acrescentam qualidade
e segurança aos serviços prestados aos usuários
e à população em geral.
As outras treze ambulâncias contam com dois técnicos em
emergências, especializados em resgate e salvamento, de acordo
com a legislação em vigor. Estas equipes são treinadas
em suporte básico de vida e não exercem funções
de médico. Realizam apenas o desencarceramento das vítimas
e encaminham para a unidade de saúde mais adequada, de acordo
com a gravidade”.
Fonte: Tribuna, foto Jacuipenoticias
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