quinta-feira, 15 de março de 2012

BR-324 está melhor!


Diante das inúmeras reclamações e denúncias feitas por quem usa a BR-324, a reportagem da Tribuna percorreu o roteiro Salvador/Feira para avaliar o estado da rodovia que é administrada pela concessionária Via Bahia.
Ainda há muito a ser feito para agradar a população, mas pelo observado e pelo que alguns usuários relataram, a estrada está oferecendo melhores condições de circulação, apesar de algumas deficiências na prestação de serviços, como a ausência de médicos, que, denunciada pela Tribuna, deixou preocupado alguns motoristas. Para muitos, o grande teste das melhorias realizadas serão as chuvas que estão por vir.
Ao longo dos 227 quilômetros do percurso de ida e volta, se percebe que toda vegetação, tanto no canteiro interno, como nos acostamentos, está aparada e as pistas estão mais limpas. A visibilidade entre os dois sentidos é total e a sinalização comunica bem com os motoristas. Há, no entanto, visíveis deficiências, uma delas é a irregularidade do asfalto. O trabalho de tapa-buracos foi feito em toda extensão da estrada, mas as marcas do serviço fazem os carros balançarem sobre seus eixos, efeito que se torna perigoso para motoqueiros.

Ivoney Almeida, morador de Cachoeira, usa a estrada com frequência e apesar de admitir alguma melhora, ainda reclama muito das irregularidades das pistas. “É muito desnível, quem está no carro não deve sentir muito, mas para nós, motoqueiros, exige um cuidado redobrado, principalmente quando estamos levando carona, quando a moto fica mais pesada”, ressalta, acrescentando que a rodovia ainda não vale o que cobra de pedágio.

Para a vendedora de frutas, Valdiria Florentina, que tem uma barraca à beira da estrada, a melhoria é quase uma “tapeação”. “Eles taparam os buracos e limpam o mato todos os dias, mas quando chove, os buracos voltam”, conta, lembrando que o asfalto perto de sua barraca foi destruído pelas chuvas do ano passado.

Percebe-se também a ausência de proteções metálicas em trechos onde o canteiro interno da rodovia apresenta depressões profundas, característica que parece ter forçado a colocação da proteção em outros trechos. Um exemplo pode ser encontrado entre o km 559 e 565, no sentido Feira/Salvador.

Outra pendência da Via Bahia são os acostamentos em alguns trechos. Apesar do serviço de recapeamento dessas áreas de escape das pistas está sendo feito em vários pontos concomitantemente, existem trechos onde a necessidade de obras é urgente. Um deles, que chama a atenção, está dentro dos limites de Amélia Rodrigues.
Ali se pode encontrar até mesmo a ausência completa de asfalto no acostamento, oferecendo perigo aos motoristas.

O caminhoneiro Fernando Maul é outro usuário da rodovia que acredita estar trafegando em pistas muito melhores que há algum tempo. “Circulo por aqui desde 2008 e não posso negar que este é o melhor momento.
Eram muitos buracos e o mato estava por toda parte. Eu gasto 30 minutos a menos para fazer o mesmo percurso de antes, e isso é muito bom. Para ficar melhor, só falta trocar o asfalto para o caminhão não chacoalhar tanto”, conta, admitindo que sua satisfação se deve ao fato de circular em horário em que são raros os engarrafamentos.

Engarrafamentos – A reportagem passou pela área próxima ao bairro de Valéria às 9h15, onde, no outro sentido da rodovia (Feira/Salvador), começava um grande engarrafamento devido a um serviço de recapeamento do acostamento. Ao retornar, quase três horas depois, a reportagem passou pelo mesmo engarrafamento.
Foram mais de dois quilômetros a uma velocidade que variava entre 20 km/h e 40km/h. Tanto na ida quanto na volta, foram encontrados alguns pontos onde serviços parecidos eram feitos, no entanto, apenas neste ponto foi registrado o engarrafamento.

Falta de médico na via

Muitos usuários da rodovia estavam informados da ausência de médicos na BR-324, denunciada pela Tribuna, e se mostraram preocupados com a situação. Foi o caso do engenheiro José Manuel. “Fiquei sabendo pelo jornal e me causou muita preocupação, afinal de contas, trafego por aqui muitas vezes por semana com minha família. Além disso, pagamos por um serviço que não está sendo oferecido”, salientou.

Para o fisioterapeuta Ismael Rodrigues, o fato demonstra o quanto o brasileiro é fácil de ser enganado. “Se fosse outro país, onde o povo tem uma noção exata de seus direitos, não seria feito desta maneira. Eles (Via Bahia) teriam a obrigação de cumprir com o que estipula o contrato”, explicou, acrescentando que ficou chocado ao saber da denuncia.

Sobre o acidente que aconteceu na manhã da última terça-feira (13) na BR 324, envolvendo dois motociclistas, a Via Bahia enviou um comunicado oficial: “A ViaBahia Concessionária de Rodovias S/A, afirma que a ambulância de resgate da concessionária prestou os primeiros socorros às vítimas de um acidente ocorrido ontem (13/03), na altura do quilômetro 622,700 m da BR-324, chegando ao local antes da Unidade de Suporte Básico (veículo sem médico) do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), conforme constam as informações do Relatório de Acidente. Uma das vítimas foi encaminhada para o hospital Jaar Andrade pela unidade de resgate da Via Bahia e a segunda vítima foi levada pelo SAMU.

Acidente do dia 14/03/12, Via Bahia acionada para prestar socorro

A concessionária reafirma que está cumprindo rigorosamente o contrato de concessão assinado com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e informa que possui médicos em seu quadro de atendimento para urgências e emergências nas rodovias.

O contrato de concessão assinado entre a Via Bahia e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) orienta que em cada uma das quinze (15) Bases de Serviço ao Usuário deve haver uma ambulância, sendo que uma (01) dessas unidades deve ser Unidade de Suporte Avançado (USA).
Na USA, há uma equipe composta por um médico, um enfermeiro/técnico de enfermagem e um motorista socorrista. A ViaBahia disponibilizou duas USA por entender que esses recursos só acrescentam qualidade e segurança aos serviços prestados aos usuários e à população em geral.

As outras treze ambulâncias contam com dois técnicos em emergências, especializados em resgate e salvamento, de acordo com a legislação em vigor. Estas equipes são treinadas em suporte básico de vida e não exercem funções de médico. Realizam apenas o desencarceramento das vítimas e encaminham para a unidade de saúde mais adequada, de acordo com a gravidade”.
Fonte: Tribuna, foto Jacuipenoticias

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