Daniela Cardoso

O deputado federal Fernando Torres e o deputado estadual Zé Neto estiveram na manhã desta segunda-feira (31) no programa Acorda Cidade para falar sobre o aumento do IPTU ( Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) de Feira de Santana.

O deputado Zé Neto informou que irá entrar com uma ação na Justiça
contra o aumento do IPTU. Ele afirmou que irá até o Ministério Público
Estadual e que vai seguir dois caminhos: uma ação individual e uma ação
pelo seu partido, o PT, alegando que o aumento é inconstitucional.
“A pessoa tem um imóvel que, junto com seu bairro, se valorizou, mas ela
continua ganhando o mesmo salário. A pessoa não vai vender a sua casa
por não ter como pagar o valor do IPTU. Isso pra mim é um crime contra a
população. Vou deixar uma ação pronta individual e vamos fazer no
político também”, destacou.
O deputado estadual disse que uma audiência pública e uma caminhada
contra o aumento do imposto devem ser organizadas. “Vamos colocar as
informações através do nosso Facebook. Aqui em Feira existe uma lei que
reajusta anualmente pela inflação o IPTU, então esse aumento não tem
justificativa”, disse Zé Neto.
Fernando Torres, que já havia entrado com uma ação na Justiça
representando o seu partido, o PSB, pediu aos contribuintes que não
paguem o IPTU. Segundo o deputado, as pessoas devem esperar a decisão da
Justiça e só então fazer o pagamento.
“As pessoas sabem que encaminhamos essa ação judicial e estão me
cobrando. Eu vim aqui pedir para que os contribuintes não paguem o IPTU.
Eu acho que as pessoas devem pagar o imposto do ano passado corrigido
pelo índice de inflação. O valor que estão cobrando é absurdo. Tem casos
que o aumento chega a mais de 1.200%. Tem pessoas que ganham 700 reais e
o IPTU chegou ao mesmo valor ou até mais caro”, afirmou.
Sobre a ação judicial, Fernando Torres informou que está no Tribunal de
Justiça na mão do desembargador Osvaldo Bonfim. “Estivemos com ele na
última sexta-feira, explicamos que as pessoas estão sem saber o que
fazer devido ao valor, e espero que a justiça seja feita. O
desembargador ficou de apreciar a situação o mais rápido possível”,
destacou.
Fernando Torres criticou ainda a postura do secretário municipal da
Fazenda, Expedito Eloy, por afirmar que os contribuintes que acharem o
valor do imposto alto, podem procurar a secretaria. “Estão querendo
fazer política com isso”, afirmou. “Eu acho que o prefeito tem que rever
essa situação. Todo mundo pode voltar atrás, inclusive ele. As pessoas
não aguentam pagar esse IPTU”, acrescentou.
O secretário municipal da Fazenda, Expedito Eloy, disse que não quer
entrar em discussão, mas que iria fazer a defesa do IPTU de Feira de
Santana, que, segundo ele, está há 13 anos sem qualquer aumento real.
“Nós estudamos a possibilidade de trabalhar com um percentual linear ou
variável, mas é muito difícil atribuir esses percentuais para 18 mil
logradouros. Abrimos mão desse critério e usamos o código tributário
nacional, que prevê no seu artigo 33, que a base para atualizar o IPTU é
o valor venal”, afirmou.
O secretário defendeu que o critério para o reajuste do IPTU é universal
e disse que os contribuintes já começaram a comparecer ao Ceaf para
fazer pagamentos, tirar dúvidas e pegar a 2ª via do carnê. Segundo ele,
cerca de 2 mil contribuintes já realizaram o pagamento e todos saíram
satisfeitos.
“A base para a cobrança do IPTU é o valor venal do imóvel, mas quando o
contribuinte tiver qualquer dificuldade pode nos procurar na secretaria
da Fazenda. Estamos resolvendo praticamente 100% dos problemas que
chegam ao Ceaf. A gente identifica o imóvel através do google maps para
saber se ele está no padrão que não é o real e identificamos se existe a
possibilidade de abaixar o preço”, explicou.
Em resposta ao que disse Fernando Torres, sobre a negociação feita entre
a prefeitura e alguns contribuintes, Expedito defendeu que os casos que
estão sendo revistos, são para fazer uma análise com o morador, devido a
terrenos irregulares, entre outras coisas. “A planta genérica por si só
já diz tudo. A gente revê os casos e não há abuso, pois definimos algo
que está na lei”, finalizou.
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