Se
não fosse o dinheiro do próprio bolso, além da
ajuda de empresas privadas e da prefeitura, a delegada Marley Reis
de Oliveira, que assumiu há três meses a titularidade
da delegacia de Amélia Rodrigues, a 32 km de Feira de Santana,
estava trabalhando num mbiente inadequado.
Com cerca de R$ 2 mil em
recibos de compras em matérias de construção,
a delegada exibe o que gastou para tornar o ambiente da delegacia
mais propicio para o atendimento. Além disso, parte do valor
arrecadado foi usada na compra de equipamentos e até mesmo
no aluguel de uma impressora.
Segundo a delegada Marley
Oliveira, a reforma teve o apoio de prefeitura, que cedeu os pedreiros
e as tintas, além de colaborar com os materiais de limpeza.
A colocação dos vidros das janelas foi uma doação
da gerência da Caixa Econômica Federal e as portas de
madeira e o piso foram doados pelo banco Bradesco. Já o governo
estadual trocou todos os móveis da delegacia.
“Quando
cheguei nessa delegacia, o aspecto era bem feio. Tomei a iniciativa
de buscar apoio para areforma decidida a deixar a delegacia em bom
estado para receber as pessoas”, afirma.
Em relação à segurança, a delegada ressaltou
que o efetivo não é suficiente, mas os poucos agentes
têm feito um bom trabalhado, diminuindo o índice de criminalidade
no município, garante.
“A segurança
está razoável, acho que não há como ocorrer
alguma fuga, mas faltam mais policias. Porém, os agentes que
temos são bons e têm feito um bom trabalho”, ressalta.
A delegada reclamou ainda
do atendimento e do serviço da Coelba e da Embasa. De acordo
com ela, ao assumir a delegacia, encontrou as fossas da carceragem
entupidas, com mau cheiro, além de vários equipamentos
queimados por conta dos picos de energia.
Obra
parada
É lidando com problemas
estruturais e de pessoal que vivem, todos os dias, várias delegacias
de Polícia Civil no interior da Bahia. Uma situação
recorrente acontece na delegacia de Conceição do Jacuípe
(Berimbau), a 22 km de Feira de Santana.
Lá
encontramos uma placa instalada em abril de 2012, pelo Governo Estadual,
anunciando o que seria mais uma reforma para melhor atender a população.
A reforma foi iniciada, mas ficou inacabada: um muro incompleto, uma
pintura pela metade e muitas outras pendências. Completo na
verdade só a placa do governo colocada na frente da delegacia.
O problema se agravou, tornando os ambientes mais insalubres. As obras
abriram paredes, tiraram rebocos, enchendo o ambiente de poeira e
umidade, toda a instalação elétrica está
comprometida, com quedas constantes de energia e até casos
de curtos circuitos com queima de equipamentos.
O piso da cozinha e de
outros cômodos foi retirado. Mesas, gavetas e armários
não oferecem segurança nenhuma. O espaço e instalações
das salas do delegado e de audiências são impróprios
para os serviços.
Para amenizar a situação, o delegado da cidade, juntamente
com os agentes, resolveram fazer melhorias mínimas para manterem
um ambiente de trabalho digno. Com recursos próprios, no início
de setembro desde ano, contrataram profissionais e, com doações
de empresários, alguns materiais foram comprados.
A
obra foi anunciada um ano após a delegacia ser denunciada em
uma série de reportagens, “Delegacias do Brasil”,
veiculada no programa Fantástico, da Rede Globo. Na época,
a TV flagrou, além da precariedade nas instalações
da delegacia, homens e mulheres presos na mesma carceragem.
Tentamos entrevistar o delegado Augusto Vilas Boas, mas ele se recusou
a falar oficialmente, argumentando que há uma determinação
da Secretaria de Segurança Pública (SSP) que limita
os delegados a falar com a imprensa sobre obras e reformas em delegacias.
O exemplo é bem
parecido com o que ocorreu na Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes
em Feira de Santana, há alguns meses. O Governo do Estado chegou
a anunciar com uma placa a reforma da delegacia, mas diante da falta
de previsão e da situação em que se encontrava
o prédio, o delegado titular da DTE resolveu tomar a iniciativa
e pagar para que a reforma fosse realizada.
Houve a limpeza da área
que até então estava coberta de mato, pintura geral
e a instalação de um portão eletrônico
no estacionamento para facilitar a entrada e saída das viaturas.
No município de
Serra Preta, a situação é ainda mais degradante.
A delegacia está instalada numa casa velha, o tempo fez com
que a identificação sumisse da fachada. O telhado está
em péssimas condições, ameaça cair e,
o pior, não havia delegado nem escrivão quando a reportagem
esteve lá.
Fonte:
Folha do Estado e fotos Neto Sepúlveda e JacuipeNoticias.
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